Uma cozinheira que adora cozinhar o que é gostoso e, uma educadora sexual que acredita no poder de diversão da sexualidade.

domingo, 21 de agosto de 2011

O valor dos afrodisíacos

O desejo sexual é como o apetite; já o afrodisíaco é a experiência que impulsiona qualquer pessoa a buscar ou tornar-se receptiva ao encontro sexual.  A Isabel Allende, em seu livro Afrodite, diz que os afrodisíacos são a ponte entre a gula e a luxúria... E, eu concordo com ela! Numa noite de inverno, quer coisa mais afrodisíaca do que um convite para um queijo e vinho? Agora vocês imaginem em vez dos queijos, in natura, saborear um irresistível pão italiano recheado com queijos e manjericão... Huuumm... Acreditem, É demais!!!! Rsrsrsr... Este pão é tão fantástico que eu dei a ele o nome de pão do Amor!

Foto de Carolina Veturini
Ambientação: Forno à lenha da Fazenda Sta Rosa - SE

O pão do Amor é uma receita da Tereza Ribeiro - Minha amiga, minha irmã paulista, minha comadre... meu apoio e referência, nessa terra da garoa. Uma pessoa tão importante assim, só poderia me passar uma receita deste quilate!!! Um pão que o casal quebra com as mãos e  lambuza  no recheio de queijos derretidos. Imaginem as fantasias e brincadeiras sexuais que podem dar ensejo num ambiente desse!!! ... rsrsrsrs... Quem viver verá... faz gemer sem sentir dor ...  
Este é o segredo dos afrodisíacos, o ambiente, o clima que se cria entre o casal. O Afrodisíaco abre o apetite sexual! Mas, para a tristeza de muitos, o sucesso depende mais da nossa imaginação do que da química dos próprios alimentos. A Isabel Allende vai mais longe e, classifica como o único e verdadeiramente afrodisíaco, a paixão. De fato, quando duas pessoas estão apaixonadas, até pão com manteiga é afrodisíaco! Rsrsrsrs... Não há tempo ruim, não existe preguiça, dor de cabeça, cansaço, TPM e muito menos mesquinhez nas oportunidades, como a preocupação com o envelhecimento físico ou uns quilinhos a mais.
Na paixão impera o sentimento de admiração e a certeza de uma cumplicidade incondicional que alimentam o tesão e criam o clima de enamoramento. Ninguém tem defeitos! Esse deslumbre e encantamento leva o casal a querer ficar, o mais tempo possível, juntos... e é aí que mora o perigo! A convivência é uma espécie de antídoto para o encantamento e a paixão... as juras de amor caem por terra, e o homem descobre que ela não é a imagem e semelhança da musa que lhe inspirou os versos, mas apenas uma mulher, que no desencantamento, deixa aflora o fato de que a Bela pode virar Fera de uma hora para outra. É a percepção do óbvio. Mas isto, nem sempre significa o fim do interesse sexual!
Uma dica é não perder a capacidade de namorar, mesmo que este parceiro(a) seja seu companheiro(a) de longa data. É hora de ser criativo e fazer valer os afrodisíacos, resgatando, com a magia da culinária, o sentimento de ser especial e ter um momento de intimidade e privacidade, indispensável à vida a dois.

Pão do Amor

Fonte: Tereza Ribeiro

Foto: Carolina Venturini

Ingredientes :

1 Pão Italiano Grande
1 Maço de manjericão
1 cebola picada bem fina
2 dentes de alho
1 cl de sopa de manteiga
150gr de queijo Gruyer
150gr de queijo Emental
100gr de queijo Parmesão
2 cl de sopa cheia de maionese


 Modo de fazer:

Retire a tampa do pão e o miolo e reserve.
Lave as folhas de manjericão, pique e reserve.
Numa panela coloque a cebola e o alho picado e refogue com 1 cl cheia de manteiga. Quando a cebola ficar mole e brilhante, apague o fogo e reserve. Rale os queijos e misture com a maionese, o manjericão, a cebola e forme uma pasta grossa. Recheie o pão com esta massa e leve ao forno pré-aquecido, há 230º por mais ou menos 20 minutos, ou até que a pasta de queijo esteja gratinada e o pão torrado.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Viver sem a vergonha de ser feliz!


Na nossa sociedade, para ser homem não é suficiente nascer do sexo masculino. É necessário desenvolver a masculinidade, os diversos significados atribuídos à imagem de homem que desde pequeno o menino assimila através dos modelos de comportamentos que a sociedade e a família esperam que ele tenha, em relação a ele mesmo, à mulher, à família e aos amigos.

Na nossa cultura, principalmente a nordestina, um modelo tradicional de masculinidade é “ser forte”.  Cada garoto, pode interpretar este conceito à seu modo e tomar a atitude  que lhe convier, ou que for capaz, para confirmar sua masculinidade. Zé Aprígio escolheu as mais complexas! Mesmo dotado fisicamente de um corpo, que por si só impunha respeito, pelo tamanho e estrutura, ele não optou pela força física, como a maioria. Para ele, ser forte, foi ser uma pessoa capaz de resistir aos embates da vida, tomar atitudes, não paralisar diante do medo e usar sua inteligência para obter novas respostas, enfrentando desafios e trabalhando incansavelmente.

Na família, Zé Aprígio foi o cuidador, protetor, provedor, mas também um controlador. Este seu senso de responsabilidade aguçado causou muitas diferenças, entre eu e ele, principalmente, na minha adolescência. Fui das suas quatro irmãs, a que lhe deu mais trabalho. Eu era, digamos assim, a mais... inquieta... rsrsrs. E isto, instigava o seu espírito protetor, que alimentado por valores rígidos e transparentes, tornava-o tão afiado, que amedrontava qualquer garoto que pensasse em se aproximar de mim, e de minhas irmãs. Ah!... Quantas festas frustradas, para as quais me arrumava, e passava a noite inteira sentada...  Não porque ninguém quizesse dançar comigo! (coisa que só descobri depois de adulta) Mas porque na sua concepção de homem, dificultar ou mesmo impedir a aproximação dos meninos, era uma questão de “honra”! E isto valia para quem quer que se engraçasse de suas irmãs; mesmo que fosse um amigo.

Mas, não só de diferenças foi construída a nossa relação. Em muitas coisas nos identificávamos muito, entre elas: a emoção na vida! A sua masculinidade, embora pautada no conceito de que o homem tem que “ser duro”, não expressar suas emoções, controlar a si, e ao mundo, Zé Aprígio se entregava às situações que lhe tocavam o coração. Ele esbanjava felicidade quando estávamos juntos em família! Quanto brilho e paixão ao olhar sua amada, Themis! Que carinho e cuidado com seus filhos, a neta Letícia, com os irmãos, tios, primos, amigos, e até... os agregados! Dava gosto está na sua companhia, em Viçosa, numa vaquejada ou num forró! E o mais delicioso, que prazer em comer! Não conheci ninguém que motivasse tanto uma cozinheira! Aliás, ele foi o meu maior incentivador na cozinha.

 Ah...Como eu adorava cozinhar para você, Zé Aprígio!... Você gostava de tudo! Mas, quando eu fazia a Dobradinha da casa da mamãe com o Lombo de porco na cerveja, eu via os seus olhos “darem uma festa” na hora que avistavam os pratos. A sua boca era uma verdadeira orquestra, emitindo vários sons, estalando e salivando entre uma garfada e outra... e, quando fazia uma pequena pausa para respirar ou intercalar com um gole de bebida... não se cansava em dizer – arretado, arretado!!!...Lena.

Meu irmão querido, que falta que você faz! O seu lugar estará sempre guardado na mesa do meu coração.
Saudades, muuuitas saudades!!!!

Dobradinha da Casa da Mamãe

Fonte: Mamãe


Ingredientes
- 2 Kg de feijão branco
- ½  Kg de bucho de boi cortado em pedaços pequenos
- 2 Paios
- 2 Linguiças calabresa
- 6 Linguiças de lombo de porco
- ½ Kg de Charque
- 1 Kg de bisteca de porco
- 1 Punhado de manjericão
- 1 Punhado de alecrim
- 1 Maço de Salsinha e cebolinha
- 2 Cebolas picadas
- 1 lata de molho de tomate tradicional
- 2 Envelopes de tempero - “Meu Segredo”
- Fio de azeite de oliva
- Sal a gosto

Modo de preparo

Deixe o charque de molho de um dia para o outro para diminuir o sal. Se possível, troque a água 2 vezes até o momento do preparo.
Lave o bucho, passe limão e corte em pedacinhos de aproximadamente 1cm. Corte o charque Também nesse tamanho, e junte tudo ao feijão na panela de pressão. Coloca para cozinhar, por aproximadamente 30’ ou até o feijão fique macio.
Numa panela, faça um guisado das bistecas de porco. Refogue o alho e cebola, depois coloque as bistecas (temperadas com salsinha, coentro, alecrim, manjericão, os envelopes de “meu segredo” e 1 lata de molho de tomate). Cozinhe até que as bistecas estejam macias e o molho consistente, no ponto de guisado. Pegue as lingüiças, tire a pele, corte em rodelas na grossura de 1cm e afervente para tirar o ranço. Depois refogue com cebola e alho, e quando estiver douradas, junte ao guisado de bisteca e deixe cozinhar por mais alguns minutos.
Num caldeirão coloque o feijão cozido e o guisado de bisteca e lingüiças e deixe evaporar o excesso de caldo, machucando um pouco o feijão para que a consistência do prato fique grossa.
Servir acompanhada de arroz e lombo de porco assado.


Lombo de Porco na Cerveja

Fonte: Lena Vilela


Ingredientes

- 1 ½ kl de lombo de porco fresco
- 1 1/2 colher (sopa) de sal
- 6 pimentas biquinho
- 1 cl de chá de noz-moscada em pó
- ½ xícara (chá) de azeite
- 6 galhos de alecrim (mais ou menos)
- 1 punhado de manjericão
- 2 cl de sopa de mostarda
- ½ lata de molho de tomate pronto
- 1 lata de cerveja


Modo de preparo

Tempere o lombo de véspera. Numa vasilha coloque o sal, a pimenta picada, a noz-moscada, o azeite, o alecrim, o manjericão, a mostarda e o molho de tomate. Misture bem e reserve.
Pegue uma assadeira (descartável é mais prática), coloque o lombo de porco e tempere com essa mistura. Feche a assadeira com sua tampa de alumínio ou com papel filme (papel pástico) e coloque na geladeira para pegar o gosto.

No dia seguinte, descubra o lombo, lambuze bem no tempero dele e em seguida volte a cobrir. Aqueça o forno e ponha para assar em uma temperatura de, aproximadamente, 200ºC.  Depois de 1h de forno, retire o lombo do forno, descubra e coloque ½ lata da cerveja, misturando-a bem com o molho do tempero. Volte com o lombo para o forno e, a cada 1 h (mais ou menos), regue o lombo com o molho em que está cozinhando. Se for necessário coloque mais cerveja para que não seque. Deixe ele assar por, aproximadamente, 4h.